Ah, se eu fosse Marina, Marina das tulipas!
Levantar-me, todos os dias!...
Todo dia trabalharia...
Todos os meses, todos os dias!
Ah, se eu fosse Marina, Marina das colinas!
E como eu estudaria...
A banhar-me todos os dias!...
Tardes noites, noites e dias!...
Compraria mercadorias.
Partiria maçãs, vitaminas...
Colheria mais simpatias...
E, ainda, nas horas vadias,
Dormiria e meditaria...
Ah, mas não sou Marina!...
Não conto e não canto cantigas...
Em vão visualizo manilhas...
Não sei manejar as planilhas.
Em delírios e mais ladainhas,
Queimei o pudim de baunilha...
Suspiro – oh, estertor desta vida...
Oh Marina dos mares fecundos...
Marina, marés e marujos...
Marina, dos sonhos profundos...
Marina não tem um príncipe. Marina não tem um par. Marina me visitaria. Marina, amiga, apatia... Marina, doce magia... Se eu morrer, a ti dedicarei, Marina, todas as cartas de amor que escrevi. Pois és fada divina e festiva. E o teu homem há muito já se foi (ou talvez ele nem tenha chegado). A ti, dedico, Marina, toda a honra e todas as lágrimas de mais uma, dentre tantas,
Despedidas.