domingo, 7 de junho de 2009

Danoninho

Eu pedi a tua atenção por um dia. Reconheço, de um jeito errado. Mas você achou melhor fazer tudo para que eu te jogasse no fundo de um poço. Hoje em dia, eu sinto a tua falta, e toda vez que eu tento encontrar o poço, eu percebo que as drogas não funcionam mais em mim. Sinto-me tão sóbria quanto o asfalto, e o verde me falta. Peço não mais pela tua atenção, peço pelo desespero. Qualquer coisa que me faça desistir do absurdo de viver a mediocridade dos que buscam a glória. Entraria por aquela porta sagrada onde muitos rezam aleluias e pedem a salvação. Mas como podem eles desejar o divino, tão longe que estão das florestas. Eu peço para ir embora. Não consigo ir. Deixar você ir. Tenho febre. E eu sempre tenho febre, eu sempre tenho. Eu sempre tenho tempo, mesmo quando o tempo me falta. Eu sempre tenho tempo de passar na farmácia quando eu tenho sono. Procuro por rosas, é uma mania, um prazer doloroso. Sempre fui daquelas que pedem para sofrer, a dor traz em si uma ternura inexplicável. Rosas vermelhas. Brancas, talvez, mas quem sabe as rosas deveriam ser todas vermelhas. E eu te daria todas as rosas vermelhas do jardim para você gostar de mim, mas eu sei que é impossível, pois as rosas têm o nome de uma cor que não existe.