domingo, 30 de setembro de 2007

Clara

Lembro-me do dia em que vimos as estrelas.
O oráculo alto, os corpos largados no chão...

Lembro-me do dia em que, pela primeira vez, fui maltratada sem saber por que. E estendi meu corpo cansado no chão, pois queria rever as estrelas...

Lembro-me do dia em que recebi todo o teu amor. E, sonhando suspiros, estendi meu corpo enlevado no chão, pois queria ver as estrelas...

Lembro-me do dia em que fui entristecida sem entender exatamente por que. E estendi meu corpo em pedaços no chão, pois queria rever as estrelas...

Lembro-me do dia que, em vão, tentei entender o mal que me habitava.
Não tenho escrúpulos. Abertamente traí.

Absoluta.
Toda absorta.
Perfídia do sonho de mim mesma.

Se o teu nome me fosse revelado
Nada mudaria.
Que faria eu com teu nome...

Lembro-me agora... Não existe rever as estrelas, ah, não existe...
O mundo não será dividido para que possas compreender as pessoas.
O bem e o mal não existem em forma pura. Estás lúcida! Tão lúcida...

E nem toda a lucidez das estrelas parece confortar
A existência da alma amarga de quem vê as estrelas
Tantas vezes pela última vez.

A noite.
Noite qualquer...
Clara.

Um comentário:

biel madeira disse...

Também suspirante!!! Bem bonzão, viu!!! No top!!!