quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Luz e o Túnel

Dizem que tudo já foi dito. Que não existem mais palavras que possam tentar explicar aquilo que já foi proferido antes. Que o seja, falemos então sobre o nada. Quem sabe o nada poderia ser descrito por si mesmo, sem precisar de ninguém para imortalizar os seus grandes feitos e o poder que o seu simbolismo inspira nos nossos dias, sucessivos dias e vidas e promessas do alvorecer. O nada é aquilo que sentimos quando tudo se acaba. Pronto, eis uma descrição fraseada. Em outras palavras: O nada é aquilo que existe quando tudo já se foi. O nada é a sensação de que embora tudo já tenha sido dito, ainda assim algo falta. O nada é o período que existe entre a morte e tudo o que vem depois dela. O nada acontece entre o fim e o começo da vida e. É difícil prever quando o nada realmente acontece, e também é difícil explicar se ele é bom ou ruim. Muitos o temem, e o interpretam como o vazio. Outros o buscam religiosamente. De qualquer modo, o nada está sempre ligado à vida e à existência humanas, porque Ele é o princípio e o fim. O nada cósmico. O nada universal. O nada é uma ilusão criada pelo ego do homem. O nada é o álcool, o crack e a heroína, mas ele também é a redenção eterna. É a perdição dos anjos e o consolo dos entes nauseados. O nada é o final do sofrimento, é a solução de todos os nossos problemas. O nada é quando você percebe que não é preciso que a luz exista para você enxergar. O nada é o encontro da luz dentro de si mesmo. O nada é um livro de auto-ajuda. O nada é perceber que a luz não existe. Mas que sem luz, nada mais existe. Nada. Nem mesmo o Amor.

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