quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Love Addiction

Às vezes faço coisas que não sei explicar. E quanto a ti, oh dona do ar? Nunca fizeste um gesto sem o pensar? Uma reação espontânea, um sorriso fora de hora, um piscar de olhos inconseqüente, um fumar inexistente, uma queda do altar? Pois me diga, com a tua imensa sapiência pós-adolescente, o que achas dos puteiros colocarem estátuas de belas gregas na entrada, nas escadas, nas fontes artificiais? Tu a quem tanto agradam o os efeitos da simetria, o choque impossível da perfeição. Aceita, como já dito há muitas luas atrás, que uma virgem nada pode saber das aflições e sofrimentos do mundo. (para provar o teu tamanho apreço pela tradição). Não pagaste com o teu sangue o altíssimo preço do êxtase terreno, e pouco ou nada sabes de mitos e elegias, da suposta sobriedade do mundo, permeada pelo contínuo deslizar do tempo, nos templos, nos pêndulos, na tua própria morada. E verás que o céu já é mar.

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