domingo, 28 de fevereiro de 2010

Fugaz

Às vezes ele me diz coisas bonitas. Pra esquecer. Que eu escrevo e não entendo a minha letra. Eu não sei o que eu queria dizer com aquelas palavras. O que eu teria feito a não ser me calar? O silêncio só existe quando a voz me falta. E ela some quando eu quero dizer. Que eu grito muito quando há visitas na sala. Pra dizer que eu queria estar em casa. Quem sabe ter uma sala. Divirto e comovo convidados, ainda que eu não tenha ido muitas vezes ao circo. Choro muito se maltratam os animais. Mesmo assim, uso protetor solar fator 30. Pra me proteger. Sou um animal estranho. Grito quando não é preciso, e me calo quando o mundo resolve me testar. Levanto novamente. Pra que possamos dizer. Dizer o que? E depois, sutilmente calar. Talvez seguirás o teu rumo. Vou tentar o melhor que puder. Tentar esquecer. Como se o ar e o oxigênio fossem assim gratuitos. Como se o ar que o homem respira fosse em si o retrato de uma nova vida.

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